A autora nos brinda com um presente nestes 38 anos da presença Calabriana no Maranhão. Dá a conhecer ao leitor a origem da Congregação Pobres Servos da Divina Providência e faz um resgate histórico da atuação dos religiosos, que, movidos pelo carisma, atuaram em diferentes frentes para trazer aos pobres da comunidade da Cidade Operária, em São Luís, acesso à educação escolar, formação profissional e atendimento assistencial. Mostra carismas históricos em dados relevantes, polêmicos e atraentes, sem perder o sentido da informação, bem com o foco dos mais pobres. Percebe-se a ação da Divina Providência em meio aos escombros de uma sociedade desigual.

Associo-me às maravilhas desse livro tão agradável de Maria José Lobato, que, com rigor historiográfico, revolve fontes, agrega fatos, depoimentos, fotos, documentos, tornando a obra um referencial para os estudos sobre a educação confessional e a assistência em São Luís. Revelando pontos fundamentais do processo e atualização de educação assistencial  e profissional desenvolvida por esses religiosos, uma semente que já é planta viçosa mesmo em terreno difícil.  

Observamos a preocupação em trazer à sua narrativa a relação estabelecida entre o Estado e o Instituto Pobres Servos da Divina Providência ao longo destas três décadas: onde observa-se a evolução das leis que, por vez, travam os recursos a quem de direito; a adequação das instituições da sociedade civil  às exigências do poder público e o processo evolutivo dos cuidados necessários aos mais pobres da sociedade prestado pela Igreja Católica.

Traz o intercruzamento da origem do Conjunto Cidade Operária com a fundação do Centro Educacional São José Operário (CESJO), evidenciando o quanto suas histórias se entrelaçaram e por vezes se confundem  em uma mesma trajetória. Além do que os leitores terão em mão uma obra que integra em sua narrativa a história dos calabrianos, do CESJO e do Lar Calábria, instituições que, unidas pelo mesmo carisma, trazem em suas essências

a reflexão de que é possível ensinar, educar e prestar assistência social sem desviar o mérito do sentido religioso onde o amor é a lei maior. 

 

Pe. Paulo Roberto Palaoro

Religioso Pobre Servo

Pós-graduado em Parapsicologia